Série documental “Paulo Freire, um homem do mundo”

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Paulo Freire, tendo sua importância mundialmente conhecida e sendo considerado o Patrono da Educação brasileira, ganhou em março de 2020 uma série documental lançada pelo SescTV e TVT, com direção de Cristiano Burlan denominada “Paulo Freire, um homem do mundo”.
A série é dividida em 5 episódios que abordam a vida e obra do pedagogo e intelectual brasileiro, sendo eles: “A formação do pensamento”, “As 40 horas em Angicos”, “O exílio”, “Do pátio do colégio à Pedagogia do Oprimido” e “O mundo não é, está sendo”.

A formação do pensamento

No início do episódio, Freire revela informações de sua vida pessoal com informações de sua infância e sua mudança de Recife. Há também depoimentos de seus filhos abordando sobre o período de censura, prisão e exílio de Freire, e de sua viúva Nita Freire contando sobre a bolsa de estudos que ele recebeu para estudar. Alguns anos depois, se tornou professor de Língua Portuguesa na mesma escola, onde começou a exercer seu lado pedagógico vivenciando a educação formal.
O episódio traz também depoimentos de profissionais da educação que o conheceram e afirmaram que ele teorizava o que estava em sua prática. Era um homem muito coerente, sempre utilizando o diálogo para defender suas ideias. Como exemplo, em seu projeto de educação para os que foram historicamente excluídos, Freire critica a sociedade brasileira e sua relação de exploração, almejando uma pedagogia que olhasse para as minorias e que todos pensassem por si próprios.

As 40 horas em Angicos

Este episódio aborda o processo revolucionário na pequena cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, onde mais de 75% da população era analfabeta. Com o intuito de acabar com o analfabetismo da região, Freire juntamente com 15 graduandos de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foram até a cidade com um projeto de 40 horas de aula, sem o uso de cartilha.
Podemos ver os depoimentos dos ex-alunos, dos professores e de Paulo Freire sobre as experiências ocorridas e sobre a busca das palavras geradoras, que surgem a partir da realidade dos educandos, sempre sendo contextualizadas. As aulas, segundo os próprios educandos, tornaram-lhes mais críticos, com consciência de seus direitos e com mais saber. Prova disso foi que, quando as 40 horas em Angicos terminaram, 300 novas pessoas foram fazer o título de eleitor.
O episódio também retrata o fim repentino do projeto por conta do golpe militar, pois passou a ser considerado comunista para os militares. Freire e alguns graduandos foram presos, muitos outros ameaçados, e os educandos tiveram que queimar os livros com medo da represália.

O exílio

Alfabetizar, esse foi o motivo pelo qual Freire foi preso e exilado na Ditadura Militar, já que os militares no poder entendiam que levar cultura ao povo seria fazê-los questionarem sobre sua real situação, sobre o privilégio de uns em detrimento de outros. Tornar os educandos alfabetizados seria lhes dar o poder de voto, ou seja, aumentar o número de eleitores conscientes dos seus direitos. A educação popular de Freire constituía uma ameaça real, por conta disso, abolir o método Paulo Freire foi uma das primeiras decisões após o golpe de 64.
Freire conseguiu fugir para a Bolívia com sua família até chegar na Suíça, onde ficou por 10 anos e recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Genebra, por conta da importância de seu trabalho. O episódio traz depoimentos de pessoas que conviveram com Paulo Freire nesse período. Além disso, traz entrevistas de Freire falando sobre o seu tempo exilado, sobre alfabetização, sua ideia de educação rompendo a ideia tradicional da educação bancária, o papel do educador e do educando no processo ensino-aprendizagem e o papel do diálogo para formar pessoas conscientes e críticas.

Do pátio do Colégio à Pedagogia do Oprimido

Este episódio aborda a volta de Freire do exílio após 15 anos de ausência do Brasil e sua vida a partir de então. Em 1989, Freire foi nomeado como Secretário de Educação do município de São Paulo e teve em sua política educacional alguns fundamentos. Entre eles, pode-se citar: democratização de acesso e da gestão escolar, garantia da permanência do aluno, educação de qualidade social e educação de jovens e adultos.
O episódio ainda retrata depoimentos de profissionais da educação, que utilizam como princípio trabalhos referenciados ao pensamento de Freire. Seu legado, sua filosofia de educação, a importância da profissão docente, a escola cidadã, o estudar como dever revolucionário e o ensinar como problematização da existência são alguns exemplos.

O mundo não é, está sendo

O último episódio traz à luz a influência de Paulo Freire no teatro da Cia do Tijolo, na música, na poesia e na Escola de Samba Leandro de Itaquera que homenageou Freire no ano de 1999. Além disso, traz depoimentos de artistas que se debruçam nos ensinamentos de Freire, sem separar arte, política e vida pessoal, utilizando como eles mesmos chamam a “ética de Freire baseada na aproximação com o outro, com a cultura do outro”.
Esse episódio é muito voltado para a arte, e traz uma fala de Freire: “a frase educação pela arte é uma redundância, porque a educação é em si artística e a arte quando ela desafia a curiosidade estética ela é altamente pedagógica”. O episódio é finalizado com alguns depoimentos de Paulo Freire sobre a educação e política, o ato de ler e mudar o mundo.

Para assistir é só clicar no link abaixo:

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