Multiplicação do saber e prática Sindical na Bahia

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“Todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco. Todos nós no mesmo barco, não há nada pra temer”. O trecho da música “Os Saltimbancos”, de Chico Buarque de Holanda, foi cantado durante o café da manhã coletivo que encerrou uma das visitas às comunidades rurais, no povoado Zabelê, em Iraquara, na Bahia, durante o Mutirão Sindical. A experiência fez parte do I Acampamento Estadual da Rede de Educadores e Educadoras da ENFOC, em Seabra, e se propõe a refletir, aprofundar e ampliar ações sobre a prática sindical.

As visitas também aconteceram em outros dez municípios que compõem o polo sindical da Chapada Diamantina. Com essa ação e a partir de uma leitura crítica da realidade será possível construir caminhos e estratégias para que o movimento sindical possa ampliar a participação de lideranças de base nas decisões e estimular práticas políticas renovadas nas direções dos Sindicatos. O Mutirão Sindical aconteceu nas modalidades de Base e de Dirigentes, voltados para as comunidades rurais e para as/os dirigentes sindicais, respectivamente.

“O Acampamento propiciou a vivência de uma experiência positiva, pois foi possível perceber apreocupação com a construção de dias melhores para todas (os). Estamos recebendo solicitações de todos os dirigentes sindicais aqui representados, confirmando que precisamos continuar com esse modelo de formação, só assim construiremos um Movimento Sindical mais forte, com dirigentes com formação e informação”, afirma Suede de Jesus Neves Filho, Presidente do Polo Sindical da Chapada Diamantina.

Nas diversas conversas com os representantes dos municípios foi possível constatar o quanto a comunidade desconhece o papel do poder público, bem como o do sindicato.

“Isso se reflete na forma como a comunidade se comporta, em não cobrar das autoridades e do próprio sindicato as ações, os projetos e benefícios. E elas e eles também desconhecem as conquistas trabalhistas. Para as comunidades, que são predominantemente de agricultores (as) familiares, não saberem o que o Sindicato que os representa faz é preocupante”, afirma Nilvane dos Santos, coordenadora da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Maranhão (FETAEMA), que veio socializar a experiência e acompanhou a visita ao povoado de Zabelê.

“O acampamento marca o encerramento de um ciclo e início de uma nova fase na formação sindical da Bahia, ele possibilitou perceber as nossas fragilidades ao tempo que evidenciou nossas potencialidades. Outro marco do Acampamento formativo foi o fortalecimento da Rede de Educadoras (es) Populares e a prática educativa e política que também gerou um breve diagnóstico e suscitou elementos para planejar as ações para 2016”, avalia a Secretária de Formação e Organização Sindical da Fetag-BA, Vânia Marques Pinto.

 

 

 

Encaminhamentos

Além das despedidas, o último dia do Acampamento (22) foi marcado pela socialização dos aspectos relevantes, das trocas de experiências vivenciadas pelo grupo, do que pode e vai ser encaminhamento a curto, médio e longo prazo pelos STTRs e a Federação. Outro elemento é o de que as lacunas e fragilidades identificadas pelas (os) educadoras (es) com relação às queixas das comunidades aos sindicatos serão encaminhadas e as resoluções acompanhadas pela Secretaria Estadual de Organização e Formação da Fetag-BA, junto aos dirigentes dos Sindicatos.

10 anos ENFOC: eu faço parte

Para a Escola Nacional de Formação da CONTAG (ENFOC), que completa dez anos em 2016, o Acampamento dialoga com a intencionalidade de fortalecer raízes nas comunidades rurais e estimular novas lideranças a assumirem o protagonismo sindical.

“Essa ação articula duas dimensões: a de fortalecer a Rede de Educadores (as) e a de promover o trabalho de base junto às comunitárias rurais. Sendo assim, essas duas modalidades contribuem para revigorar, renovar e fortalecer a militância do movimento sindical ao mesmo tempo aberta para a renovação, novas ideias e um diálogo maior com as demandas de quem vive, produz e reproduz qualidade de vida no campo”, conclui Amarildo Carvalho, educador popular da Enfoc e assessor da Secretaria de Formação e Organização Sindical da CONTAG.

 

 

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